quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um apelo às pessoas "transparentes"...

Hoje o ideal, talvez, fosse escrever um texto de agradecimento ao ano de 2011 (tenho muito a agradecer!). Mas as relações humanas têm a capacidade de anular o mais doce e pacífico espírito natalino. Por isso, resolvi escrever sobre as pessoas ditas “transparentes”, que, para mim, nada mais são do que “desequilibradas” (em uma boa dose) emocionalmente.

Certamente, a maioria de vocês convive com alguém assim. Isso porque, em cada 5 famílias, com, no mínimo, 4 membros, ao menos 1 pessoa é do tipo “transparente”. Não se tratam de dados levantados em nenhuma pesquisa recente e também não sei como isso ficaria em porcentagem (nunca fui boa nisso). Essa é uma constatação baseada em experiências pessoais e nos depoimentos das amigas L. V. e K., que também compartilham dessa triste realidade e são obrigadas a se calarem para não ofender as pessoas ditas “transparentes”.

Não pensem, caros amigos, que o nosso silêncio tem a ver com medo. Não é isso. A verdade é que qualquer coisa dita a uma pessoa “transparente” (que não soe muito bem) pode arrasarrrrrrrrrrrrrrrrrr com qualquer clima de paz e felicidade. Não, eu não estou exagerando....

Sim... mas “o que é uma pessoa dita ‘trasnparente’?” ou “o que isso tem a ver com desequilíbrio emocional?” Tenho a certezaaaaaaaaaaa de que vocês sabem. Não sabem???
Então, vamos lá! Quem de vocês já ouviu a frase “eu sou TRANSPARENTEEEEE, quando eu tô bemmmmmmm, todo mundo sabe, faço piada, brinco... mas, quando eu tô mal, ninguémmmmmmmm fale comigo”????

Tais pessoas, acreditando que isso é ser transparente, proferem essa frase cheias de orgulho (para não dizer imaturidade, infantilidade...). E o que me parece pior: esquecem que lidam com os sentimentos humanos e agem como se estivéssemos à disposição do seu humor.

É exatamente assim:
Se elas estão alegres, conversam, brincam, sorriem, são as pessoas mais agradáveis do mundo. A vida é simplesmente uma maravilha (pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado). Mas se elas estão tristes ou frustradas com a menor coisa que seja, pronto....!!!!!! Já era!!!! Simplesmente, ignoram o mundo. Acordam de cara feia, não dão “bom dia”, tornam-se mudas, autistas, chatas, mal educadas e agressivas (sim, não ouse cumprimentá-las). E volto a dizer: pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado. Importa apenas que “ela não acordou de bem com a vida”. Em nenhum momento, passa pela cabeça dessa pessoa que alguém bem pertinho esteja necessitando do seu sorriso ou de um abraço de paz.

E o pior: não tentem entender os motivos que alteram o seu humor. Há dias em que eles simplesmente acordam de mal com o mundo. E outras vezes a oscilação de humor está associada a coisas pequenas que não merecem o mínimo da atenção, mas que elas insistem em direcionar (ou desperdiçar) boa parte das suas energias.

Há certas coisas que precisamos dizer às pessoas ditas “transparentes”:

Vocês precisam desenvolver a capacidade de lidar como os sentimentos, adaptando-se às diversas situações que a vida impõe. Se tudo estiver correndo bem, esbanje, de fato, alegria, carinho, sorrisos, etc ... Mas se as coisas não estiverem tão bem assim, não irradiem energia negativa (a humanidade não precisa disso); não agridam ou ignorem as pessoas (às vezes, elas só precisam ouvir “como foi o seu dia?”); não se isolem no quarto (há quem preze pela sua companhia); não se comportem como o centro do universo, há pessoas que passam pelos mesmos ou problemas maiores do que o seu (ainda que soe como clichê!)

Ainda não contente, digo mais. Sugiro a vocês que passem um tempo longe. Sim, bem distante, sem internet, sem família, sem amigos... Assim, no dia em que estiverem mal humorados, estarão em paz, sozinhos, ambiente perfeito para vocês (cuidado apenas com o processo de autoflagelação!). E, quem sabe, no dia em que estiverem de bom humor, percebam a falta que faz não ter com quem compartilhá-lo. Talvez assim haja sinais de remorsos, ao pensar que poderiam ter sido menos cruéis, menos egoístas (não vejo outras palavras)!Quem sabe vocês não estejam precisando sentir falta de amor. Talvez o tenham recebido em excesso.

E mais. Nos dias de nuvem negra, saibam que os maiores prejudicados são vocês mesmos. Afinal, poupam-se de distribuir o que há de melhor na vida: sorriso, carinho, amor, atenção... Como se isso não bastasse, privam-se também de recebê-lo. Deve ser muito mais válido esquecer do mundo e ficar em si.

E mais um pouquinho. Na verdade, é um apelo: tentem superar a síndrome da Gabriela – “eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim”. Já dizia Camões: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança, todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Não lhes custa tentar...

E vocês, amigos, diante das pessoas ditas “transparentes”, não se privem de lhes dar amor. Não retribuam com a mesma moeda. Lembrem-se de que a “transparência” é, na verdade, a incapacidade de lidar com os próprios sentimentos (para não dizer “desequilíbrio emocional”). Essas pessoas precisam de ajuda. Ainda que estejamos cansados, desesperançosos ou magoados, dispomos, sem dúvida, de um pouco mais de maturidade emocional.

3 comentários:

Vida disse...

Eu sei bem o que é isso, mas tento ser 'superior'e n discuto, finjo q n percebo e sou um amooooooooooor. rs

Lanuza disse...

Pode parecer bobo, mas o único jeito que encontrei de lidar com isso foi o amor... Isso envergonha qualquer transparência.

Jorge Augusto disse...

não preciso mais ler o livro de auto-ajuda desse mês.

obrigado!