domingo, 15 de abril de 2012

Onde estão as pessoas felizes?

Estou assustada. Eu não havia me dado conta de como as pessoas estão infelizes.
Aonde tenho ido, por onde tenho andado, em tudo que tenho pensado, é sempre a mesma constatação: as pessoas estão infelizes.

Posso já ouvir alguém dizer: sim, mas isso não é nenhuma novidade!

Tudo bem, concordo, mesmo porque “ser infeliz” passou a ser o natural dos seres humanos. O mal estar físico, a depressão, a fé vacilante, a manutenção dos vícios morais, a incapacidade de estabelecer ou (re)construir as relações de amor com o próximo e a falta de coragem para perseguir (ou até mesmo sonhar) um objetivo profissional é hoje o comum. O contrário disso é “ser feliz”. E isso parece não estar ao nosso alcance.

Por tudo o que vejo, ouço e sinto...

As pessoas estão infelizes fisicamente.
As pessoas estão infelizes psicologicamente.
As pessoas estão infelizes espiritualmente.
As pessoas estão infelizes moralmente.
As pessoas estão infelizes amorosamente.
As pessoas estão infelizes profissional e financeiramente.


Com, ao menos, um desses seis aspectos, certamente, podemos nos identificar. E isso não constitui mal algum. A felicidade completa, em sua totalidade, já me foi dito que constitui um aspecto “irrealis”. Não estou questionando isso! Estou apenas pensando (e muito preocupada) em como as porções de infelicidade tem sido mais saboreadas e muito mais prolongadas do que as de felicidade. E isso, caros amigos, me faz pensar que o sentido da vida esteja sendo contrariado ou que viver não esteja fazendo sentido algum.


Por tudo o que vejo, ouço e sinto...

O natural hoje não é priorizar a leveza da vida ou lutar para que ela se torne o mais leve possível. Estamos priorizando os aspectos que não estão indo bem em nossas vidas, destinando-lhes atenção e energia dobradas, triplicadas... Deveríamos fazer isso para sermos mais leves e, por consequência, mais felizes. No entanto, temos priorizado esses aspectos como um fardo. A vida tem se tornado cada vez mais “pesada”. E nos acostumamos a isso. E prosseguimos com isso. E estamos tontos, em declínio, de um lado para o outro, carregando o nosso fardo, sem saber se há algum sentido em viver.

E infelizes, vamos ao médico e ao psicólogo. E vamos às casas de orações. E lemos e (re)lemos os livros de auto-ajuda. E decidimos por viver um amor frustrado, que se concretizou ou não, o resto da vida; ou decidimos casar com quem simplesmente não amamos; ou se ajeitar aqui ou ali com um certo alguém sem saber o porquê. E mudamos de emprego. E mudamos de objetivo profissional. E estudamos mais para obter mais títulos e títulos. E mudamos de cidade. E corremos atrás de mais e mais dinheiro.... E... E.... e... e... e... e.... e.... e....

E nada. E a vida continua vazia. E continuamos infelizes.
Saboreamos até nessas escapadas, nessas tentativas de fugas, uma dose de felicidade.
Sentimos, por um instante, a leveza da vida, ou algum sentido em estar vivo.
Mas é só isso!

E o que fazer? Ninguém agüenta mais. Ninguém suporta mais estar vivo e não vê sentido em viver.

Por tudo o que vejo, ouço, sinto, e VERDADEIRAMENTE acredito...


A felicidade precisa se fazer presente, primeiramente, em nós. Os ditos “fardos” da vida (a dor que não passa; a angústia e tristeza que te leva ao psicólogo; o amor que não foi e não é correspondido; o dinheiro que não tem; e o emprego que não corresponde ao que foi sonhado) precisam ser encarados como educativos, e não como punitivos. É preciso um certo esforço para não sofrermos por eles, mas crescermos com eles.

A felicidade também pode ser construída pela presença do Outro. Estreitemos as relações humanas. Não ignoremos a presença do Outro – olhemos nos seus olhos, apertemos a sua mão, não dificultemos o abraço e o beijo, nos façamos presentes, não apenas virtualmente. Deixemos um pouco de lado os nossos ditos “fardos” e direcionemos um pouco mais de atenção ao Outro, a um Outro próximo e distante. O nosso “fardo” passa a ser mais leve também quando somos menos egoístas e prestamos atenção ao próximo. É preciso praticar a doação. Mas falo de doação humana. E quero com isto dizer que doemos amor, atenção, fé, educação, força de vontade e tudo que seja necessário para que vejamos algum sentido na vida (na nossa e na dos outros).

Quem sabe, assim, comecemos a atuar VERDADEIRAMENTE em sentido contrário ao da infelicidade e saibamos por que e para que é preciso viver.

E, talvez, daqui a um ano, ser feliz seja o nosso natural!
E eu possa ter como título do texto “por que estamos tão felizes?”







segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Desabafo II: é estranho ser estranho

Pensamentos centrados em personagens "estranhos" das histórias infantis.
Como não lembrar do “Patinho Feio”?
Elemento estranho clássico...
(E sensível, e frágil, e complexo)
Como não lembrar da tristeza fincada, fixada em seu olhar (perdido), que não conseguia compreender a sua posição no mundo e o que o fazia tão diferente?

Não são apenas pensamentos centrados em tais personagens.
Mais do que isso.
São sentimentos com eles compartilhados.
Um olhar também perdido...
muito distante do que se diz não estranho.

É estranho ser estranho.

É estranho ser estranho
Aos olhos dos outros.

É estranha a falta de conexão com o mundo...

“[...] todos os seus irmãos eram amarelinhos e pequeninos, e ele era feio, marrom, grandão e desengonçado.”

É estranho (e não menos perigoso)
tentar não ser estranho
e afastar-se de si
e tornar-se estranho para si.

É estranho fugir...

“ [...] de tão rejeitado por ser diferente, resolveu fugir.
Afastou-se tanto que deu por si na outra margem [...]”.
“ E chegou a um riacho onde estavam patos selvagens”

É estranho sentir-se entre selvagens.

É estranho ser estranho
e ouvir que é estranho
e ser rotulado de “estranho”
e ser excluído por ser estranho.

É estranho não se inserir no mundo não estranho.
É estranho não gostar das coisas do mundo não estranho.
É estranho achar estranho o mundo não estranho.

É estranhamente estranho ser estranho.

“ [...] o patinho feio sofreu muito [...]”

É estranho ser estranho
E surpreendentemente estranho
um dia descobrir-se não estranho...

“ [...] até que um belo dia cresceu e descobriu a verdade sobre si próprio: ele não era um pato feio e diferente dos outros, era na verdade um lindo cisne.”

É possível não ser estranho.

(O Patinho Feio é uma obra de ficção, ainda que seja estranha a coincidência com a realidade.)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um apelo às pessoas "transparentes"...

Hoje o ideal, talvez, fosse escrever um texto de agradecimento ao ano de 2011 (tenho muito a agradecer!). Mas as relações humanas têm a capacidade de anular o mais doce e pacífico espírito natalino. Por isso, resolvi escrever sobre as pessoas ditas “transparentes”, que, para mim, nada mais são do que “desequilibradas” (em uma boa dose) emocionalmente.

Certamente, a maioria de vocês convive com alguém assim. Isso porque, em cada 5 famílias, com, no mínimo, 4 membros, ao menos 1 pessoa é do tipo “transparente”. Não se tratam de dados levantados em nenhuma pesquisa recente e também não sei como isso ficaria em porcentagem (nunca fui boa nisso). Essa é uma constatação baseada em experiências pessoais e nos depoimentos das amigas L. V. e K., que também compartilham dessa triste realidade e são obrigadas a se calarem para não ofender as pessoas ditas “transparentes”.

Não pensem, caros amigos, que o nosso silêncio tem a ver com medo. Não é isso. A verdade é que qualquer coisa dita a uma pessoa “transparente” (que não soe muito bem) pode arrasarrrrrrrrrrrrrrrrrr com qualquer clima de paz e felicidade. Não, eu não estou exagerando....

Sim... mas “o que é uma pessoa dita ‘trasnparente’?” ou “o que isso tem a ver com desequilíbrio emocional?” Tenho a certezaaaaaaaaaaa de que vocês sabem. Não sabem???
Então, vamos lá! Quem de vocês já ouviu a frase “eu sou TRANSPARENTEEEEE, quando eu tô bemmmmmmm, todo mundo sabe, faço piada, brinco... mas, quando eu tô mal, ninguémmmmmmmm fale comigo”????

Tais pessoas, acreditando que isso é ser transparente, proferem essa frase cheias de orgulho (para não dizer imaturidade, infantilidade...). E o que me parece pior: esquecem que lidam com os sentimentos humanos e agem como se estivéssemos à disposição do seu humor.

É exatamente assim:
Se elas estão alegres, conversam, brincam, sorriem, são as pessoas mais agradáveis do mundo. A vida é simplesmente uma maravilha (pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado). Mas se elas estão tristes ou frustradas com a menor coisa que seja, pronto....!!!!!! Já era!!!! Simplesmente, ignoram o mundo. Acordam de cara feia, não dão “bom dia”, tornam-se mudas, autistas, chatas, mal educadas e agressivas (sim, não ouse cumprimentá-las). E volto a dizer: pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado. Importa apenas que “ela não acordou de bem com a vida”. Em nenhum momento, passa pela cabeça dessa pessoa que alguém bem pertinho esteja necessitando do seu sorriso ou de um abraço de paz.

E o pior: não tentem entender os motivos que alteram o seu humor. Há dias em que eles simplesmente acordam de mal com o mundo. E outras vezes a oscilação de humor está associada a coisas pequenas que não merecem o mínimo da atenção, mas que elas insistem em direcionar (ou desperdiçar) boa parte das suas energias.

Há certas coisas que precisamos dizer às pessoas ditas “transparentes”:

Vocês precisam desenvolver a capacidade de lidar como os sentimentos, adaptando-se às diversas situações que a vida impõe. Se tudo estiver correndo bem, esbanje, de fato, alegria, carinho, sorrisos, etc ... Mas se as coisas não estiverem tão bem assim, não irradiem energia negativa (a humanidade não precisa disso); não agridam ou ignorem as pessoas (às vezes, elas só precisam ouvir “como foi o seu dia?”); não se isolem no quarto (há quem preze pela sua companhia); não se comportem como o centro do universo, há pessoas que passam pelos mesmos ou problemas maiores do que o seu (ainda que soe como clichê!)

Ainda não contente, digo mais. Sugiro a vocês que passem um tempo longe. Sim, bem distante, sem internet, sem família, sem amigos... Assim, no dia em que estiverem mal humorados, estarão em paz, sozinhos, ambiente perfeito para vocês (cuidado apenas com o processo de autoflagelação!). E, quem sabe, no dia em que estiverem de bom humor, percebam a falta que faz não ter com quem compartilhá-lo. Talvez assim haja sinais de remorsos, ao pensar que poderiam ter sido menos cruéis, menos egoístas (não vejo outras palavras)!Quem sabe vocês não estejam precisando sentir falta de amor. Talvez o tenham recebido em excesso.

E mais. Nos dias de nuvem negra, saibam que os maiores prejudicados são vocês mesmos. Afinal, poupam-se de distribuir o que há de melhor na vida: sorriso, carinho, amor, atenção... Como se isso não bastasse, privam-se também de recebê-lo. Deve ser muito mais válido esquecer do mundo e ficar em si.

E mais um pouquinho. Na verdade, é um apelo: tentem superar a síndrome da Gabriela – “eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim”. Já dizia Camões: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança, todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Não lhes custa tentar...

E vocês, amigos, diante das pessoas ditas “transparentes”, não se privem de lhes dar amor. Não retribuam com a mesma moeda. Lembrem-se de que a “transparência” é, na verdade, a incapacidade de lidar com os próprios sentimentos (para não dizer “desequilíbrio emocional”). Essas pessoas precisam de ajuda. Ainda que estejamos cansados, desesperançosos ou magoados, dispomos, sem dúvida, de um pouco mais de maturidade emocional.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O que a faz tão especial?

Estava eu entre provas, trabalhos e os delírios dos últimos dias, quando fui tomada de súbito (não tão de súbito assim...) por um questionamento: o que a faz tão especial?

Talvez ela mesma nunca tenha pensando nisso. Não sei. Se nunca pensou, aqui direi (ou diremos – é uma constatação plural!). Se já pensou, certamente não se deu conta da GRANDEZA da sua existência.

O QUE A FAZ TÃO ESPECIAL?

Não tentarei responder a essa questão. Seria uma tentativa tola...
O que a faz tão especial não pode (e nunca poderá) ser traduzido, ainda que as palavras sejam mágicas! Assim, é preciso dizer que as linhas que seguem é apenas uma tentativa de oferecer-lhe flores em vida.

Ela é ANTÍTESE, PARADOXO! Grande e pequena! Ou uma grande pequena! Branca e negra! Ou uma branca negra! Adorável e detestável. Ou detestavelmente adorável!

Ela é a INSPIRAÇÃO, o exemplo, a força de vontade. É a certeza de que somos capazes, de que podemos tudo. O céu não é o limite!

Dizemos mais.
Ela é a FORTALEZA. No tropeço, não nos deixa cair. Na queda, nos ajuda a levantar. Sem medir esforços, brigando com o mundo, se possível, movimenta o universo para ver cada uma de nós sorrir. Não é raro vê-la abrir mão da sua vida, das suas vontades, dos seus desejos, e esquecer de si para pensar em nós.

Ela é o REFÚGIO.Quando nada mais parece ter sentido, lá está ela (sorrindo) e nos fazendo acreditar na vida e no futuro.

Ela é uma HEROÍNA! Em todos os sentidos! Se alguém ousa desconfiar dos seus superpoderes, leia a sua história de vida, ou melhor, experimente fazer TUDO o que ela faz em 24 horas e 360 dias (inclusive preocupar-se com cada um de nós).

Ela é VERDADE! É aquela que diz o que todo mundo vê e hesita em dizer. Isso, muitas vezes, desencadeia o ódio, a vontade de dizer-lhe “umas poucas e boas”, afinal de contas “quem ela pensa que é?” Em fração de segundos, o ódio se esvai.... O amor por ela é sempre maior do que qualquer estranhamento ou verdade dita.

ELA NÃO É HUMANA. Desconfiamos de que tenha fugido do céu (do jeito que é rebelde!) para as nossas vidas, trazendo consigo muita beleza, grandiosidade e sabedoria.

Receba as nossas flores, amiga Vivian! E ainda assim ficamos por dizer...

sábado, 18 de setembro de 2010

Todo homem cafajeste é um príncipe

Como assim???

Bom, antes de iniciar a reflexão, é preciso convidá-las a responder duas perguntinhas. A primeira foi encontrada, como uma afirmação, no livro “o que toda mulher inteligente deve saber” (sim, eu o li, afinal de contas sou mulher e inteligente!!!); e a segunda foi proferida, também como uma afirmativa, por uma amiga (que é uma mulher poderosa!!!). São elas:

1- Por que é PERFEITAMENTE natural sentir-se atraída por um PERFEITO cafajeste?

2- Vocês conhecem alguma mulher poderosa que não lembre de um “CASO MAL RESOLVIDO" com um homem cafajeste?

Vou aguardar dois segundinhos...

???
... ... ...
!!!

Pronto!

Como não pude ouvi-las no instante em que refletia sobre o assunto, decidi contar o que penso. E digo antecipadamente que qualquer semelhança com as respostas de vocês, queridas amigas, não terá sido mera coincidência!

A minha reflexão gira em torno da idéia de que todo homem cafajeste é um príncipe!

A minha amiga L., com quem conversei nos últimos dias, disse-me que isso é um paradoxo!!! Concordo com a minha amiga!!! Mas a situação é, de fato, paradoxal! Quem nunca pensou estar diante do “príncipe encantado” antes de descobrir que se tratava apenas de um perfeito cafajeste? Hummmmmmmmm......

Quase todas vocês (e eu), não é mesmo?!

Não, não somos idiotas! Eles é que são perfeitos... perfeitos cafajestes! E é perfeitamente natural sejamos inteiramente atraídas por eles!

Como resistir?

Um encanto súbito (da parte deles, é claro!)!

E aí começa o jogo (ou a cafajestagem, se assim preferirem.). Ele se aproxima. Consegue o número do telefone. Convida para sair. Se você rejeitar? Não desiste, começa a jogar ainda mais pesado (as mulheres gostam da insistência). Liga mil vezes por dia. Torpedos? Ao acordar, ao dormir e até de madrugada... o seu celular avisa: mensagem na caixa de entrada. A voz é doce, suave, serena! O bom humor é contagiante! O cheiro é irresistível! O sorriso é encantador! O olhar... ahhhh, esse diz tudoooo: ELE ESTÁ APAIXONADO POR VOCÊ!

Pronto! Você foi seduzida! E o melhor: gostou! E o melhor: apaixonou-se! E o melhor ainda: era amor!

Na roda com as amigas, o assunto passa a ser sempre o mesmo: o seu príncipe encantado. Elas, provavelmente, a morrerem de inveja, afinal de contas ele saiu diretamente dos contos de fadas para a sua vida. Era seu, e não delas!

E quem foi mesmo que havia dito que príncipe encantado não existia? As pessoas precisam ser mais otimistas!

CRASHHHHHHHHHHHHHH!

Uma súbita mudança!

Ele se afasta. O telefone não toca (mas você espera isso mil vezes por dia). Não há mais convites para sair. Torpedos? (o que é isso mesmo?). Ao acordar, ao dormir e até de madrugada... você olha insistentemente a caixa de entrada (que serve apenas como recordação de quando tudo começou). A voz? Poucas vezes você a ouve; quase sempre dizendo: poxa, estou saindo, depois te ligo. O cheiro? Você ainda o sente, como uma vaga lembrança. O sorriso?... O olhar... ahhhhh, aquele que dizia tudo, agora não te diz absolutamente nada.

Pronto! Você, seduzida! E o pior: chorando, sofrendo! E o pior: não entendendo! E o pior: amando! E o mais pior ainda: carregando esse caso mal resolvido por uma boa parte da vida.

Toda mulher poderosa já viveu algo assim. Claro! Elas quase sempre são daquele tipo que se engajam em algum projeto profissional e que, para a vida pessoal, cultivam apenas a certeza de que o príncipe encantado um dia irá aparecer.

E, de fato, um dia ele aparece.

Assim como, de fato, um dia ele simplesmente some.
E te deixa a pensar o resto da vida que tudo poderia ter sido diferente, se você tivesse investido mais, se tivesse tido mais tempo, se... se... se....

Não, a culpa não é sua. E nem você é uma verdadeira idiota.

A verdade é que todo homem cafajeste é um príncipe...

... por alguns dias,
... por um mês,
... por um verão
... e na sua imaginação.

Não importa. Ele é um príncipe!

Mas, se a partir de hoje aparecer alguém em sua vida com as características aqui descritas ou se ele tentar retornar (isso é muito comum!), cultive outro tipo de pensamento. Diga mil vezes para si mesma:

ELE SERIA UM PRÍNCIPE, SE NÃO FOSSE UM PERFEITO CAFAJESTE!

PS: O processo de repetição da frase é imprenscindível para a sua internalização (conselho de amiga).

domingo, 8 de agosto de 2010

Desabafo 1: a fragmentação dos sonhos

Encontro-me nessa madrugada um tanto nostálgica.
Não consigo dormir.
Por isso, estou aqui.
Se não fosse a presença mágica das palavras, ai, pobre de mim!

O que tanto me angustia?
A fragmentação dos sonhos.
Dos meus sonhos!

Sim, estão fragmentados!
Isso porque sonhei...
E somente...
... em parte, concretizei.
A outra metade, foi apenas projeção.
Não fui capaz.
Nunca me dei conta de que estava com os pés fora do chão.

Sempre criticaram o meu mundo,
Não era raro ouvir “fique aí no seu mundinho”....
Sim, era meu!
Não dava ouvidos.
Achava uma atitude invasiva.
Não se pode atropelar um mundo de sonhos,
principalmente quando ele pertence a um outro alguém.

Hoje me dói pensar que talvez fosse melhor ter dado ouvidos...
que talvez fosse melhor ter abandonado certas verdades que construí, que acreditei,
e que tatuei.
Não sei como arrancá-las. Estão impregnadas.
É uma intersecção de carne e alma;

Abandoná-las... significa dor!

Para além da dor, a culpa.
A culpa por não ter sido diferente.

Hoje em que desloquei-me para um outro mundo.
(Não me foi dada outra opção.)
Deparo-me com pessoas e coisas totalmente alheias, totalmente estranhas.

Coisas nas quais não acredito
Atitudes a que não me permito.

Em um mundo que não é o meu,
sigo em total desconexão.

A outra parte dos sonhos, a que trouxe comigo,
Aqui... não consegue ter sentido.

Queria voltar para o meu “mundinho”.
Sentiria-me em paz, feliz.
Queria voltar lá, viver a outra parte dos sonhos,
aquela que aqui não tem sido possível,
e que eu não sei se algum dia será.

sábado, 29 de maio de 2010

Ganhem dinheiro em cima da tragédia humana

Vou contar um caso a vocês. A frase “se não fosse cômico, seria trágico” não pode, de forma alguma, ser associada a esse caso, porque ele é VERDADEIRAMENTE trágico.

Eu e minha amiga L. estávamos na faculdade batendo o maior papo antes das nossas aulas começarem. De repente, percebemos que havia chegado o horário das aulas e nos dirigimos ao Instituto para pegarmos os nossos pertences e materiais . Nesse instante, resolvi passar na copiadora e pegar uns exercícios que havia deixado por lá.
A amiga L. preferiu adiantar e pediu a minha chave emprestada para abrir a porta da sala do nosso projeto de pesquisa. Havia duas chaves no meu chaveiro. Certamente, a minha amiga L. deve ter pensado como eu pensaria: vou tentar abrir com uma, caso eu não consiga, só poderá ser a outra. Ela só não contava com dois imprevistos (assim como eu também não contaria): primeiro, o de que a chave errada poderia caber perfeitamente na fechadura, mesmo que não girasse para poder abrir a porta; e segundo, o de que a chave não sairia facilmente.

Pronto! Foi um desespero de vida! A chave encravada na porta, todos os nossos pertences presos, e as nossas aulas atrasadas! Os alunos delas iriam apresentar um seminário e os meus iriam assistir aula de revisão para a prova! O desespero dobrava a cada segundo!

De repente, lembramos que na porta da universidade há a barraquinha de um chaveiro. Fomos até lá na esperança de encontrá-lo às 19h da noite. Não o encontramos, mas como Deus é maravilhoso, havia uma placa que informava o número do celular do chaveiro e a sua disponibilidade por 24hs.

Ficamos super felizes!!! Ligamos, explicamos a situação ao senhor e, evidentemente, perguntamos o preço do serviço. O senhor (que até então havia sido tão simpático) nos informou que cobrava o valor de 50 reais APENAS para ver qual era o problema e que se precisasse de algo mais o valor aumentaria.

Ficamos em estado de choque!!! Mas não havia outra solução.

Então, o senhor (não mais simpático) foi até o local, retirou a chave e desempenou o miolo da fechadura. Ele fez isso em dois segundos e da maneira mais leve e simples que vocês puderem imaginar.

Um professor que estava acompanhado o nosso desesperou virou e disse: a vida moderna ganha dinheiro em cima da tragédia humana, não sabiam?

Foi aí que parei para pensar no assunto. O chaveiro nos cobrou 50 reais para retirar uma chave da fechadura; a maioria dos psicólogos (os camaradas) cobram 50 reais por uma hora de consulta para você se sentir um pouco melhor... e assim por diante!

Diante disso, comecei a pensar que posso ganahr muito dinheiro em cima das mães que me ligam desesperadamente no final do ano com medo dos seus filhos serem reprovados. Por que não havia pensado nisso antes? Prometi a mim mesma que não deixarei o meu coração falar mais alto e cobrarei 50 reais, no mínimo, para avaliar o problema do aluno, e a depender do que for diagnosticado, o valor aumentará significativamente (tudo isso somado à distância, à dificuldade de deslocamento, aos estranhos horários, etc.)
Como não sou egoísta, resolvi, então, compartilhar com vocês essa ideia (que não foi minha) e lançar oficialmente a campanha: ganhem dinheiro em cima da tragédia humana!