quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um apelo às pessoas "transparentes"...

Hoje o ideal, talvez, fosse escrever um texto de agradecimento ao ano de 2011 (tenho muito a agradecer!). Mas as relações humanas têm a capacidade de anular o mais doce e pacífico espírito natalino. Por isso, resolvi escrever sobre as pessoas ditas “transparentes”, que, para mim, nada mais são do que “desequilibradas” (em uma boa dose) emocionalmente.

Certamente, a maioria de vocês convive com alguém assim. Isso porque, em cada 5 famílias, com, no mínimo, 4 membros, ao menos 1 pessoa é do tipo “transparente”. Não se tratam de dados levantados em nenhuma pesquisa recente e também não sei como isso ficaria em porcentagem (nunca fui boa nisso). Essa é uma constatação baseada em experiências pessoais e nos depoimentos das amigas L. V. e K., que também compartilham dessa triste realidade e são obrigadas a se calarem para não ofender as pessoas ditas “transparentes”.

Não pensem, caros amigos, que o nosso silêncio tem a ver com medo. Não é isso. A verdade é que qualquer coisa dita a uma pessoa “transparente” (que não soe muito bem) pode arrasarrrrrrrrrrrrrrrrrr com qualquer clima de paz e felicidade. Não, eu não estou exagerando....

Sim... mas “o que é uma pessoa dita ‘trasnparente’?” ou “o que isso tem a ver com desequilíbrio emocional?” Tenho a certezaaaaaaaaaaa de que vocês sabem. Não sabem???
Então, vamos lá! Quem de vocês já ouviu a frase “eu sou TRANSPARENTEEEEE, quando eu tô bemmmmmmm, todo mundo sabe, faço piada, brinco... mas, quando eu tô mal, ninguémmmmmmmm fale comigo”????

Tais pessoas, acreditando que isso é ser transparente, proferem essa frase cheias de orgulho (para não dizer imaturidade, infantilidade...). E o que me parece pior: esquecem que lidam com os sentimentos humanos e agem como se estivéssemos à disposição do seu humor.

É exatamente assim:
Se elas estão alegres, conversam, brincam, sorriem, são as pessoas mais agradáveis do mundo. A vida é simplesmente uma maravilha (pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado). Mas se elas estão tristes ou frustradas com a menor coisa que seja, pronto....!!!!!! Já era!!!! Simplesmente, ignoram o mundo. Acordam de cara feia, não dão “bom dia”, tornam-se mudas, autistas, chatas, mal educadas e agressivas (sim, não ouse cumprimentá-las). E volto a dizer: pouco importa o estado de humor da pessoa ao lado. Importa apenas que “ela não acordou de bem com a vida”. Em nenhum momento, passa pela cabeça dessa pessoa que alguém bem pertinho esteja necessitando do seu sorriso ou de um abraço de paz.

E o pior: não tentem entender os motivos que alteram o seu humor. Há dias em que eles simplesmente acordam de mal com o mundo. E outras vezes a oscilação de humor está associada a coisas pequenas que não merecem o mínimo da atenção, mas que elas insistem em direcionar (ou desperdiçar) boa parte das suas energias.

Há certas coisas que precisamos dizer às pessoas ditas “transparentes”:

Vocês precisam desenvolver a capacidade de lidar como os sentimentos, adaptando-se às diversas situações que a vida impõe. Se tudo estiver correndo bem, esbanje, de fato, alegria, carinho, sorrisos, etc ... Mas se as coisas não estiverem tão bem assim, não irradiem energia negativa (a humanidade não precisa disso); não agridam ou ignorem as pessoas (às vezes, elas só precisam ouvir “como foi o seu dia?”); não se isolem no quarto (há quem preze pela sua companhia); não se comportem como o centro do universo, há pessoas que passam pelos mesmos ou problemas maiores do que o seu (ainda que soe como clichê!)

Ainda não contente, digo mais. Sugiro a vocês que passem um tempo longe. Sim, bem distante, sem internet, sem família, sem amigos... Assim, no dia em que estiverem mal humorados, estarão em paz, sozinhos, ambiente perfeito para vocês (cuidado apenas com o processo de autoflagelação!). E, quem sabe, no dia em que estiverem de bom humor, percebam a falta que faz não ter com quem compartilhá-lo. Talvez assim haja sinais de remorsos, ao pensar que poderiam ter sido menos cruéis, menos egoístas (não vejo outras palavras)!Quem sabe vocês não estejam precisando sentir falta de amor. Talvez o tenham recebido em excesso.

E mais. Nos dias de nuvem negra, saibam que os maiores prejudicados são vocês mesmos. Afinal, poupam-se de distribuir o que há de melhor na vida: sorriso, carinho, amor, atenção... Como se isso não bastasse, privam-se também de recebê-lo. Deve ser muito mais válido esquecer do mundo e ficar em si.

E mais um pouquinho. Na verdade, é um apelo: tentem superar a síndrome da Gabriela – “eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim”. Já dizia Camões: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança, todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Não lhes custa tentar...

E vocês, amigos, diante das pessoas ditas “transparentes”, não se privem de lhes dar amor. Não retribuam com a mesma moeda. Lembrem-se de que a “transparência” é, na verdade, a incapacidade de lidar com os próprios sentimentos (para não dizer “desequilíbrio emocional”). Essas pessoas precisam de ajuda. Ainda que estejamos cansados, desesperançosos ou magoados, dispomos, sem dúvida, de um pouco mais de maturidade emocional.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O que a faz tão especial?

Estava eu entre provas, trabalhos e os delírios dos últimos dias, quando fui tomada de súbito (não tão de súbito assim...) por um questionamento: o que a faz tão especial?

Talvez ela mesma nunca tenha pensando nisso. Não sei. Se nunca pensou, aqui direi (ou diremos – é uma constatação plural!). Se já pensou, certamente não se deu conta da GRANDEZA da sua existência.

O QUE A FAZ TÃO ESPECIAL?

Não tentarei responder a essa questão. Seria uma tentativa tola...
O que a faz tão especial não pode (e nunca poderá) ser traduzido, ainda que as palavras sejam mágicas! Assim, é preciso dizer que as linhas que seguem é apenas uma tentativa de oferecer-lhe flores em vida.

Ela é ANTÍTESE, PARADOXO! Grande e pequena! Ou uma grande pequena! Branca e negra! Ou uma branca negra! Adorável e detestável. Ou detestavelmente adorável!

Ela é a INSPIRAÇÃO, o exemplo, a força de vontade. É a certeza de que somos capazes, de que podemos tudo. O céu não é o limite!

Dizemos mais.
Ela é a FORTALEZA. No tropeço, não nos deixa cair. Na queda, nos ajuda a levantar. Sem medir esforços, brigando com o mundo, se possível, movimenta o universo para ver cada uma de nós sorrir. Não é raro vê-la abrir mão da sua vida, das suas vontades, dos seus desejos, e esquecer de si para pensar em nós.

Ela é o REFÚGIO.Quando nada mais parece ter sentido, lá está ela (sorrindo) e nos fazendo acreditar na vida e no futuro.

Ela é uma HEROÍNA! Em todos os sentidos! Se alguém ousa desconfiar dos seus superpoderes, leia a sua história de vida, ou melhor, experimente fazer TUDO o que ela faz em 24 horas e 360 dias (inclusive preocupar-se com cada um de nós).

Ela é VERDADE! É aquela que diz o que todo mundo vê e hesita em dizer. Isso, muitas vezes, desencadeia o ódio, a vontade de dizer-lhe “umas poucas e boas”, afinal de contas “quem ela pensa que é?” Em fração de segundos, o ódio se esvai.... O amor por ela é sempre maior do que qualquer estranhamento ou verdade dita.

ELA NÃO É HUMANA. Desconfiamos de que tenha fugido do céu (do jeito que é rebelde!) para as nossas vidas, trazendo consigo muita beleza, grandiosidade e sabedoria.

Receba as nossas flores, amiga Vivian! E ainda assim ficamos por dizer...

sábado, 18 de setembro de 2010

Todo homem cafajeste é um príncipe

Como assim???

Bom, antes de iniciar a reflexão, é preciso convidá-las a responder duas perguntinhas. A primeira foi encontrada, como uma afirmação, no livro “o que toda mulher inteligente deve saber” (sim, eu o li, afinal de contas sou mulher e inteligente!!!); e a segunda foi proferida, também como uma afirmativa, por uma amiga (que é uma mulher poderosa!!!). São elas:

1- Por que é PERFEITAMENTE natural sentir-se atraída por um PERFEITO cafajeste?

2- Vocês conhecem alguma mulher poderosa que não lembre de um “CASO MAL RESOLVIDO" com um homem cafajeste?

Vou aguardar dois segundinhos...

???
... ... ...
!!!

Pronto!

Como não pude ouvi-las no instante em que refletia sobre o assunto, decidi contar o que penso. E digo antecipadamente que qualquer semelhança com as respostas de vocês, queridas amigas, não terá sido mera coincidência!

A minha reflexão gira em torno da idéia de que todo homem cafajeste é um príncipe!

A minha amiga L., com quem conversei nos últimos dias, disse-me que isso é um paradoxo!!! Concordo com a minha amiga!!! Mas a situação é, de fato, paradoxal! Quem nunca pensou estar diante do “príncipe encantado” antes de descobrir que se tratava apenas de um perfeito cafajeste? Hummmmmmmmm......

Quase todas vocês (e eu), não é mesmo?!

Não, não somos idiotas! Eles é que são perfeitos... perfeitos cafajestes! E é perfeitamente natural sejamos inteiramente atraídas por eles!

Como resistir?

Um encanto súbito (da parte deles, é claro!)!

E aí começa o jogo (ou a cafajestagem, se assim preferirem.). Ele se aproxima. Consegue o número do telefone. Convida para sair. Se você rejeitar? Não desiste, começa a jogar ainda mais pesado (as mulheres gostam da insistência). Liga mil vezes por dia. Torpedos? Ao acordar, ao dormir e até de madrugada... o seu celular avisa: mensagem na caixa de entrada. A voz é doce, suave, serena! O bom humor é contagiante! O cheiro é irresistível! O sorriso é encantador! O olhar... ahhhh, esse diz tudoooo: ELE ESTÁ APAIXONADO POR VOCÊ!

Pronto! Você foi seduzida! E o melhor: gostou! E o melhor: apaixonou-se! E o melhor ainda: era amor!

Na roda com as amigas, o assunto passa a ser sempre o mesmo: o seu príncipe encantado. Elas, provavelmente, a morrerem de inveja, afinal de contas ele saiu diretamente dos contos de fadas para a sua vida. Era seu, e não delas!

E quem foi mesmo que havia dito que príncipe encantado não existia? As pessoas precisam ser mais otimistas!

CRASHHHHHHHHHHHHHH!

Uma súbita mudança!

Ele se afasta. O telefone não toca (mas você espera isso mil vezes por dia). Não há mais convites para sair. Torpedos? (o que é isso mesmo?). Ao acordar, ao dormir e até de madrugada... você olha insistentemente a caixa de entrada (que serve apenas como recordação de quando tudo começou). A voz? Poucas vezes você a ouve; quase sempre dizendo: poxa, estou saindo, depois te ligo. O cheiro? Você ainda o sente, como uma vaga lembrança. O sorriso?... O olhar... ahhhhh, aquele que dizia tudo, agora não te diz absolutamente nada.

Pronto! Você, seduzida! E o pior: chorando, sofrendo! E o pior: não entendendo! E o pior: amando! E o mais pior ainda: carregando esse caso mal resolvido por uma boa parte da vida.

Toda mulher poderosa já viveu algo assim. Claro! Elas quase sempre são daquele tipo que se engajam em algum projeto profissional e que, para a vida pessoal, cultivam apenas a certeza de que o príncipe encantado um dia irá aparecer.

E, de fato, um dia ele aparece.

Assim como, de fato, um dia ele simplesmente some.
E te deixa a pensar o resto da vida que tudo poderia ter sido diferente, se você tivesse investido mais, se tivesse tido mais tempo, se... se... se....

Não, a culpa não é sua. E nem você é uma verdadeira idiota.

A verdade é que todo homem cafajeste é um príncipe...

... por alguns dias,
... por um mês,
... por um verão
... e na sua imaginação.

Não importa. Ele é um príncipe!

Mas, se a partir de hoje aparecer alguém em sua vida com as características aqui descritas ou se ele tentar retornar (isso é muito comum!), cultive outro tipo de pensamento. Diga mil vezes para si mesma:

ELE SERIA UM PRÍNCIPE, SE NÃO FOSSE UM PERFEITO CAFAJESTE!

PS: O processo de repetição da frase é imprenscindível para a sua internalização (conselho de amiga).

domingo, 8 de agosto de 2010

Desabafo 1: a fragmentação dos sonhos

Encontro-me nessa madrugada um tanto nostálgica.
Não consigo dormir.
Por isso, estou aqui.
Se não fosse a presença mágica das palavras, ai, pobre de mim!

O que tanto me angustia?
A fragmentação dos sonhos.
Dos meus sonhos!

Sim, estão fragmentados!
Isso porque sonhei...
E somente...
... em parte, concretizei.
A outra metade, foi apenas projeção.
Não fui capaz.
Nunca me dei conta de que estava com os pés fora do chão.

Sempre criticaram o meu mundo,
Não era raro ouvir “fique aí no seu mundinho”....
Sim, era meu!
Não dava ouvidos.
Achava uma atitude invasiva.
Não se pode atropelar um mundo de sonhos,
principalmente quando ele pertence a um outro alguém.

Hoje me dói pensar que talvez fosse melhor ter dado ouvidos...
que talvez fosse melhor ter abandonado certas verdades que construí, que acreditei,
e que tatuei.
Não sei como arrancá-las. Estão impregnadas.
É uma intersecção de carne e alma;

Abandoná-las... significa dor!

Para além da dor, a culpa.
A culpa por não ter sido diferente.

Hoje em que desloquei-me para um outro mundo.
(Não me foi dada outra opção.)
Deparo-me com pessoas e coisas totalmente alheias, totalmente estranhas.

Coisas nas quais não acredito
Atitudes a que não me permito.

Em um mundo que não é o meu,
sigo em total desconexão.

A outra parte dos sonhos, a que trouxe comigo,
Aqui... não consegue ter sentido.

Queria voltar para o meu “mundinho”.
Sentiria-me em paz, feliz.
Queria voltar lá, viver a outra parte dos sonhos,
aquela que aqui não tem sido possível,
e que eu não sei se algum dia será.

sábado, 29 de maio de 2010

Ganhem dinheiro em cima da tragédia humana

Vou contar um caso a vocês. A frase “se não fosse cômico, seria trágico” não pode, de forma alguma, ser associada a esse caso, porque ele é VERDADEIRAMENTE trágico.

Eu e minha amiga L. estávamos na faculdade batendo o maior papo antes das nossas aulas começarem. De repente, percebemos que havia chegado o horário das aulas e nos dirigimos ao Instituto para pegarmos os nossos pertences e materiais . Nesse instante, resolvi passar na copiadora e pegar uns exercícios que havia deixado por lá.
A amiga L. preferiu adiantar e pediu a minha chave emprestada para abrir a porta da sala do nosso projeto de pesquisa. Havia duas chaves no meu chaveiro. Certamente, a minha amiga L. deve ter pensado como eu pensaria: vou tentar abrir com uma, caso eu não consiga, só poderá ser a outra. Ela só não contava com dois imprevistos (assim como eu também não contaria): primeiro, o de que a chave errada poderia caber perfeitamente na fechadura, mesmo que não girasse para poder abrir a porta; e segundo, o de que a chave não sairia facilmente.

Pronto! Foi um desespero de vida! A chave encravada na porta, todos os nossos pertences presos, e as nossas aulas atrasadas! Os alunos delas iriam apresentar um seminário e os meus iriam assistir aula de revisão para a prova! O desespero dobrava a cada segundo!

De repente, lembramos que na porta da universidade há a barraquinha de um chaveiro. Fomos até lá na esperança de encontrá-lo às 19h da noite. Não o encontramos, mas como Deus é maravilhoso, havia uma placa que informava o número do celular do chaveiro e a sua disponibilidade por 24hs.

Ficamos super felizes!!! Ligamos, explicamos a situação ao senhor e, evidentemente, perguntamos o preço do serviço. O senhor (que até então havia sido tão simpático) nos informou que cobrava o valor de 50 reais APENAS para ver qual era o problema e que se precisasse de algo mais o valor aumentaria.

Ficamos em estado de choque!!! Mas não havia outra solução.

Então, o senhor (não mais simpático) foi até o local, retirou a chave e desempenou o miolo da fechadura. Ele fez isso em dois segundos e da maneira mais leve e simples que vocês puderem imaginar.

Um professor que estava acompanhado o nosso desesperou virou e disse: a vida moderna ganha dinheiro em cima da tragédia humana, não sabiam?

Foi aí que parei para pensar no assunto. O chaveiro nos cobrou 50 reais para retirar uma chave da fechadura; a maioria dos psicólogos (os camaradas) cobram 50 reais por uma hora de consulta para você se sentir um pouco melhor... e assim por diante!

Diante disso, comecei a pensar que posso ganahr muito dinheiro em cima das mães que me ligam desesperadamente no final do ano com medo dos seus filhos serem reprovados. Por que não havia pensado nisso antes? Prometi a mim mesma que não deixarei o meu coração falar mais alto e cobrarei 50 reais, no mínimo, para avaliar o problema do aluno, e a depender do que for diagnosticado, o valor aumentará significativamente (tudo isso somado à distância, à dificuldade de deslocamento, aos estranhos horários, etc.)
Como não sou egoísta, resolvi, então, compartilhar com vocês essa ideia (que não foi minha) e lançar oficialmente a campanha: ganhem dinheiro em cima da tragédia humana!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Como reconhecer um louco?


Ela estava no ônibus um tanto pensativa: “será que estou louca? será que tudo o que sinto é extremamente normal? qual o limite entre a loucura e a normalidade?”
E nisso... eis que surge uma figura masculina um tanto esquisita na porta da frente do ônibus.
Como costuma atrair pessoas estranhas, pensou: “ele vai sentar ao meu lado”. Ela rezou para que isso não acontecesse; mas foi em vão. Ele sentou-se justamente ao seu lado. E o pior: puxou conversa!!!
Ele:
- Bom dia, eu tô aqui retado!
Ela sorriu.
Ele:
- Pô, faz um tempão que minha mãe não compra o meu remédio controlado.
Ela tremeu.
Ele:
-Imagine! Eu preciso do remédio e ela não compra. Já tem mais de um mês que não tomo Ela mesma que me internou como louco em 1994. Agora não posso ficar sem o remédio. Ela é ruim, mas agora ela tá pagando, porque eu trabalho e moro na Linha Verde; falo várias línguas; e ela mora aqui na favela.
Ela, apesar do medo, não conseguiu disfarçar a revolta. O que ele havia chamado de favela, era o seu humilde e simpático bairro. Olhou com raiva para ele, mas lembrou-se de que não podia contrariá-lo, afinal de contas ele tomava remédio controlado e já havia sido internado como louco.
Ele:
- Desculpa o cheiro, o suor, mas não deu tempo tomar banho; vou abrir a janela pra você.
Ela pensou: “mas eu não estou sentindo calor; e o meu cabelo???? Isso é um absurdo!”.
Mas constatou que absurdo maior era ele passar o braço, que não estava muito cheiroso, por cima do seu rosto.
O clima não estava nada bom, até que ele SURPREENDENTEMENTE elogiou as unhas dela:
- Suas unhas estão lindas!
Ela não se conteve. Ficou em estado de graça! De imediato, surgiu o pensamento: “qual o limite entre a loucura e a normalidade?”
Ela parou para pensar que há muito tempo alguém (aparentemente) normal não elogiava as suas unhas. No entanto, aquele rapaz que tomava remédio controlado e que já foi internado como louco conseguiu perceber e exteriorizar isso.
Achou aquela cena linda e sorriu. Ela, assim como ele, também havia achado as unhas lindas. Estava radiante de alegria, quando foi tomada de súbito por um outro comentário do seu companheiro de viagem:
- Nossa, as ruas estão cheias de carros! Olha só o engarrafamento!
Ela estendeu um pouco a cabeça e olhou.
Ele perguntou:
- Sabe por que isso?
Ela:
- Não!
Ele:
- É culpa do IPI reduzido!
Ela ficou em estado de choque!!!!!!!Um louco sabia que o IPI reduzido havia movimentado a indústria automobilística. Ela, assim como ele, sabia disso.
Em seguida, ele pediu o ponto e desceu, pedindo desculpas por tê-la incomodado durante a viagem. Ou seja: ele tinha noção das regrinhas básicas de educação.
Ela permaneceu em estado de choque!!!!!! Não sabia mais como estabelecer parâmetros para distinguir um louco de uma pessoa normal. Essa constatação agravou a sua crise de início de viagem. Sentia uma vozinha atormentado os seus pensamentos: você é louca! o que diferencia ele de você?
Ela, não aceitando compartilhar desse pensamento um tanto absurdo, sussurou:
- Talvez o cheiro, afinal de contas, eu estou cheirosa, e ele não!!!! Pronto, isso é o suficiente! Não, não é! Um simples banho resolve! Então, como reconhecer um louco?
PS: A resposta deve levar em conta o grau de loucura acima do normal, entendem? Por favor, ajudem-me!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fernanda e o bêbado

Estava indisposta, ansiosa, estressada, nostálgica...
Por acreditar muito em vibrações energéticas, pensou logo que a sua energia precisava ser renovada. Decidiu, então, ir ao Centro Espírita (fazia tempo que não ia lá), pois tinha a certeza de que sairia de lá bem melhor.
Chegou, sentou, buscou a concentração e procurou sentir a energia que os bons espíritos irradiavam. Ahhhhhhh, que alívio!!! Respirou aliviada, vivenciou momentos de paz e de (re)encontro consigo mesma. Questionou-se por não ir mais vezes ao Centro, e prometeu a si mesma, que, independente de qualquer coisa, agora iria com freqüência.
Estava longe, quando, de repente, foi interrompida pelo barulho do microfone, que anunciava o início da doutrinária. Concentrou-se novamente e conversou com Deus, agradecendo pela oportunidade de estar ali.
Eis que um senhor ( muito simpático) inicia a conversa, lê algumas palavras e roga a Deus pela inspiração. O tema da doutrinária: antipatias e simpatias terrenas. Tudo começa com um questionamento: existe amor à primeira vista??? As pessoas se dividiram: “sim”... “não”!
Logo, outro questionamento: se existe amor à primeira vista, também posso dizer que existe ódio à primeira vista? Dessa vez, os ouvintes permaneceram calados, pareciam que nunca haviam pensado dessa forma, era preciso refletir....
E assim prosseguiu a conversa. A mensagem era a de que as antipatias e simpatias que vivenciamos na vida terrena é um espécie de legado de outras encarnações. Ela, de imediato, pensou “devo ter sido uma boa pessoa, não costumo antipatizar muito com as pessoas”; mas, logo, complementou “não sei se fui uma boa pessoa, pois deve ter pessoas que antipatizam comigo (ainda mais sendo professora)...
Ficou nesse impasse, até que o simpático senhor finalizasse a conversa, deixando a todos reflexivos.
Saiu de lá, muito diferente do que havia entrado. Estava calma, serena e pensativa.
Dirigiu-se ao ponto de ônibus, comprou uma água e sentou à espera de um transporte.
De repente, passa um rapaz, na faixa de uns 35 anos, e a olha absurdamente, como se a conhecesse de algum lugar. Parecia que ia passar direto, mas sentou-se ao seu lado.
Ela ficou um pouco incomodada, mas estava tão em si mesma que não deu muita importância.
O rapaz resolve dirigir-lhe a palavra: Boa tarde!
Ela: Boa tarde!
Ele (estendendo a mão): Qual o seu nome?
Ela (educadamente): Patrícia
Ele: O meu é Fernando.
Ela se mantém em silêncio.
Ele anota o número do telefone e lhe entrega.
Ela educadamente aceita.
Ele: O seu nome é Fernanda, né? Olha, que maravilha, o meu é Fernando e o seu é Fernanda, só muda o “A” e o “O”.
Ela respirou fundo. Não podia se estressar. Afinal, havia saído do Centro Espírita.
Ele: Eu trabalho vendendo ração de gatos e cachorros. Trabalho aqui nessa região? E você também vende ração?
Ela mordeu as bochechas para não rir. Não queria prolongar a conversa.
Ele: Me dá seu número?
Ela: Não!
Ele: Por que?
Ela: Porque não quero dar.
Ele: Tudo bem, não quer dar, mas pode ligar pra mim quando quiser. Só não ligue a cobrar, porque nem sempre tenho crédito.
Ela sorriu em pensamento. E pensou como alguém podia ser assim.
Ele: Já sei, você não quer papo comigo pq estou tomando umas (cervejinhas)!
Ela levou um susto. Como não havia percebido que um ser humano daqueles só podia estar bêbado. Foi então que percebeu o bafo... Afff, sentiu enjoo...
Ele: Quer ir pro carnaval comigo? Já sei, você não quer ir porque tá com medo de confusão, né? Mas eu não fico no meio da confusão não. Você pode ir tranqüila comigo, q eu vou tomar conta de você, vou te proteger...
Ela novamente pensou “ um ser humano desses só pode estar fora de si”.
Até que, como um milagre, surge uma pessoa conhecida (dele) e começa a conversar com ele.
Ela pensa: Graças a Deus!
Cerca de dez minutos depois, a pessoa vai embora.
Ela jurava que ele já a tinha esquecido. Até que....
Ele: Poxa, você não gostou, num foi? Ficou zangada, né? Mas não fique assim não, Fernanda, ela é só uma amiga. Oh, nem ligo pra ela!!! Você é muito mais bonita do que ela. Eu juro pra você que eu não tenho nada com ela. Não fique assim não...
Ela não aguentouuuuuuuuuuuuu, esbravejou e pediu que ele a deixasse em paz. Perdeu toda a paciência, e só depois conseguiu lembrar que havia saído do Centro Espírita.
Em seguida, olhou para o céu e questionou: Meu Deus, eu acabei de sair do Centro!!!! Isso não é possível...
Em fração de segundos, lembrou da palestra: Só pode ter sido um caso de simpatia dele para comigo!
E completou: E de antipatia minha para com ele!!!
De fato, há simpatia e antipatia à primeira vista na vida terrena.
Agora resta saber se isso é legado de outras encarnações. Será que Fernando... Não, não podia ser!!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A díficil arte de ser professor I

Por que alguns alunos decidem não gostar de você e pronto???!!!

Por que "só" ele decidiu não gostar de você, enquanto os outros 42 te adoram (ou te suportam, te admiram e tal...)???!!!

A decisão é dele, né?

Espero, ao menos, que seja pessoal e intransferível!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por favor, não me digam o óbvio: "só falta você!"

Ultimamente tenho me dado conta de como as pessoas são perversas. Sim, perversas!

E, olha, que não fazem muito esforço para disfarçar.

Vocês podem até não concordar, mas pensem comigo: o que leva uma, duas, três, quatro, cinco.... um infinito número de pessoas perguntar a um ser humano, que todo mundo sabe que está solteiro, todas as vezes que o encontra: e aí já casou???Se fosse só essa perguntinha básica, tudo bem! Somos suficientemente maduros para lidar com a situação. Mas, não contentes de ainda não terem detonado com a nossa incapacidade de conseguir manter um relacionamento, elas são ainda mais cruéis: poxa, só falta você!!!
Pronto, acabou.... o seu mundo está detonado! Quem pode sobreviver a essa constatação atômica??? Quem consegue ficar em paz consigo mesmo depois de saber que todo mundo tem alguém, menos você??? Quem não se questiona: por que só falta eu??? Quem não passa o resto do dia ouvindo um vozinha ecoar: só falta você!É, queridos amigos, a sensação é arrasadora, de fracasso, de impotência, de tristeza... Não sei bem dizer, não sei bem compreender. Só sei que é uma maldade, uma crueldade!
É quase impossível ser feliz depois que as pessoas nos dizem o óbvio: só falta você!
Sim, isso é o óbvio! Será que somos tão cegos que não conseguimos enxergar que todos, ao nosso redor, estão casados, enamorados, juntos... e felizes; que todo mundo tem uma relação a dois (às vezes, a três, mas isso não vem ao caso), em que se troca juras de amor, beijos de paixão, afagos (e até mesmo farpas!); que muitos já tiveram seus filhinhos e outros tantos ainda pretendem ter...??? Será??? É claro que sim! Se todos os seus os amigos já casaram ou vivem enamorados, se todos tem um certo alguém, menos você, é ÓBVIO que SÓ FALTA VOCÊ!
Por isso, pessoas, aqui faço um apelo: poupem-nos, sigam felizes e nos deixem em paz! Nós vivemos muito bem com essa constatação, que pode parecer surpreendente, mas que é óbvia: só falta você! Nós vivemos muitíssimooooooooo bemmmmmmmm tentando negar o que TODO MUNDO já percebeu, INCLUSIVE NÓS!
Cansei, ou melhor, cansamos! Falo por mim e todas as minhas amigas solteiras (e elas não são poucas!) que passam por essa situação. Resolvemos protestar! Afinal de contas, o problema não é estar só ou ser a última mulher solteira do universo, mas ouvir insistentemente, como um refrão, o óbvio: SÓ FALTA VOCÊ!