Pensamentos centrados em personagens "estranhos" das histórias infantis.
Como não lembrar do “Patinho Feio”?
Elemento estranho clássico...
(E sensível, e frágil, e complexo)
Como não lembrar da tristeza fincada, fixada em seu olhar (perdido), que não conseguia compreender a sua posição no mundo e o que o fazia tão diferente?
Não são apenas pensamentos centrados em tais personagens.
Mais do que isso.
São sentimentos com eles compartilhados.
Um olhar também perdido...
muito distante do que se diz não estranho.
É estranho ser estranho.
É estranho ser estranho
Aos olhos dos outros.
É estranha a falta de conexão com o mundo...
“[...] todos os seus irmãos eram amarelinhos e pequeninos, e ele era feio, marrom, grandão e desengonçado.”
É estranho (e não menos perigoso)
tentar não ser estranho
e afastar-se de si
e tornar-se estranho para si.
É estranho fugir...
“ [...] de tão rejeitado por ser diferente, resolveu fugir.
Afastou-se tanto que deu por si na outra margem [...]”.
“ E chegou a um riacho onde estavam patos selvagens”
É estranho sentir-se entre selvagens.
É estranho ser estranho
e ouvir que é estranho
e ser rotulado de “estranho”
e ser excluído por ser estranho.
É estranho não se inserir no mundo não estranho.
É estranho não gostar das coisas do mundo não estranho.
É estranho achar estranho o mundo não estranho.
É estranhamente estranho ser estranho.
“ [...] o patinho feio sofreu muito [...]”
É estranho ser estranho
E surpreendentemente estranho
um dia descobrir-se não estranho...
“ [...] até que um belo dia cresceu e descobriu a verdade sobre si próprio: ele não era um pato feio e diferente dos outros, era na verdade um lindo cisne.”
É possível não ser estranho.
(O Patinho Feio é uma obra de ficção, ainda que seja estranha a coincidência com a realidade.)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
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6 comentários:
O bom é que os patinhos feios sempre terminam dando a volta por cima.
Definitivamente, você lê pesnamentos, os meus pensamentos.
Amei esse post!! Às vezes me sinto assim...
Kafka esteve sempre do lado de fora do mundo. todos nós, em alguma medida, alguma hora, por mais vertiginosa que seja, estivemos. Porém, é talvez, ingênuo achar que a borda do mundo não é ainda o mundo.
O estranho é sinônimo do estrangeiro,
no sentido de estar fora, deslocado, e sendo assim, acho sempre que a margem é uma ilusão de ótica. Pois, da borda até o centro, é tudo dentro.
amei aki hehe to seguindo segue de volta bjs pink
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