segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fernanda e o bêbado

Estava indisposta, ansiosa, estressada, nostálgica...
Por acreditar muito em vibrações energéticas, pensou logo que a sua energia precisava ser renovada. Decidiu, então, ir ao Centro Espírita (fazia tempo que não ia lá), pois tinha a certeza de que sairia de lá bem melhor.
Chegou, sentou, buscou a concentração e procurou sentir a energia que os bons espíritos irradiavam. Ahhhhhhh, que alívio!!! Respirou aliviada, vivenciou momentos de paz e de (re)encontro consigo mesma. Questionou-se por não ir mais vezes ao Centro, e prometeu a si mesma, que, independente de qualquer coisa, agora iria com freqüência.
Estava longe, quando, de repente, foi interrompida pelo barulho do microfone, que anunciava o início da doutrinária. Concentrou-se novamente e conversou com Deus, agradecendo pela oportunidade de estar ali.
Eis que um senhor ( muito simpático) inicia a conversa, lê algumas palavras e roga a Deus pela inspiração. O tema da doutrinária: antipatias e simpatias terrenas. Tudo começa com um questionamento: existe amor à primeira vista??? As pessoas se dividiram: “sim”... “não”!
Logo, outro questionamento: se existe amor à primeira vista, também posso dizer que existe ódio à primeira vista? Dessa vez, os ouvintes permaneceram calados, pareciam que nunca haviam pensado dessa forma, era preciso refletir....
E assim prosseguiu a conversa. A mensagem era a de que as antipatias e simpatias que vivenciamos na vida terrena é um espécie de legado de outras encarnações. Ela, de imediato, pensou “devo ter sido uma boa pessoa, não costumo antipatizar muito com as pessoas”; mas, logo, complementou “não sei se fui uma boa pessoa, pois deve ter pessoas que antipatizam comigo (ainda mais sendo professora)...
Ficou nesse impasse, até que o simpático senhor finalizasse a conversa, deixando a todos reflexivos.
Saiu de lá, muito diferente do que havia entrado. Estava calma, serena e pensativa.
Dirigiu-se ao ponto de ônibus, comprou uma água e sentou à espera de um transporte.
De repente, passa um rapaz, na faixa de uns 35 anos, e a olha absurdamente, como se a conhecesse de algum lugar. Parecia que ia passar direto, mas sentou-se ao seu lado.
Ela ficou um pouco incomodada, mas estava tão em si mesma que não deu muita importância.
O rapaz resolve dirigir-lhe a palavra: Boa tarde!
Ela: Boa tarde!
Ele (estendendo a mão): Qual o seu nome?
Ela (educadamente): Patrícia
Ele: O meu é Fernando.
Ela se mantém em silêncio.
Ele anota o número do telefone e lhe entrega.
Ela educadamente aceita.
Ele: O seu nome é Fernanda, né? Olha, que maravilha, o meu é Fernando e o seu é Fernanda, só muda o “A” e o “O”.
Ela respirou fundo. Não podia se estressar. Afinal, havia saído do Centro Espírita.
Ele: Eu trabalho vendendo ração de gatos e cachorros. Trabalho aqui nessa região? E você também vende ração?
Ela mordeu as bochechas para não rir. Não queria prolongar a conversa.
Ele: Me dá seu número?
Ela: Não!
Ele: Por que?
Ela: Porque não quero dar.
Ele: Tudo bem, não quer dar, mas pode ligar pra mim quando quiser. Só não ligue a cobrar, porque nem sempre tenho crédito.
Ela sorriu em pensamento. E pensou como alguém podia ser assim.
Ele: Já sei, você não quer papo comigo pq estou tomando umas (cervejinhas)!
Ela levou um susto. Como não havia percebido que um ser humano daqueles só podia estar bêbado. Foi então que percebeu o bafo... Afff, sentiu enjoo...
Ele: Quer ir pro carnaval comigo? Já sei, você não quer ir porque tá com medo de confusão, né? Mas eu não fico no meio da confusão não. Você pode ir tranqüila comigo, q eu vou tomar conta de você, vou te proteger...
Ela novamente pensou “ um ser humano desses só pode estar fora de si”.
Até que, como um milagre, surge uma pessoa conhecida (dele) e começa a conversar com ele.
Ela pensa: Graças a Deus!
Cerca de dez minutos depois, a pessoa vai embora.
Ela jurava que ele já a tinha esquecido. Até que....
Ele: Poxa, você não gostou, num foi? Ficou zangada, né? Mas não fique assim não, Fernanda, ela é só uma amiga. Oh, nem ligo pra ela!!! Você é muito mais bonita do que ela. Eu juro pra você que eu não tenho nada com ela. Não fique assim não...
Ela não aguentouuuuuuuuuuuuu, esbravejou e pediu que ele a deixasse em paz. Perdeu toda a paciência, e só depois conseguiu lembrar que havia saído do Centro Espírita.
Em seguida, olhou para o céu e questionou: Meu Deus, eu acabei de sair do Centro!!!! Isso não é possível...
Em fração de segundos, lembrou da palestra: Só pode ter sido um caso de simpatia dele para comigo!
E completou: E de antipatia minha para com ele!!!
De fato, há simpatia e antipatia à primeira vista na vida terrena.
Agora resta saber se isso é legado de outras encarnações. Será que Fernando... Não, não podia ser!!!!

4 comentários:

Vida disse...

Será???? kkkkkkkkkkkkkkk

Lila Beatriz disse...

Não, não pode ser!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Clark disse...

A antipatia não foi a primeira vista. Ele fez MUITO esforço pra ela antipatizar com ele.

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Acho que vou ter que rever o texto, não é que vc tem razãooooo.....