domingo, 8 de agosto de 2010

Desabafo 1: a fragmentação dos sonhos

Encontro-me nessa madrugada um tanto nostálgica.
Não consigo dormir.
Por isso, estou aqui.
Se não fosse a presença mágica das palavras, ai, pobre de mim!

O que tanto me angustia?
A fragmentação dos sonhos.
Dos meus sonhos!

Sim, estão fragmentados!
Isso porque sonhei...
E somente...
... em parte, concretizei.
A outra metade, foi apenas projeção.
Não fui capaz.
Nunca me dei conta de que estava com os pés fora do chão.

Sempre criticaram o meu mundo,
Não era raro ouvir “fique aí no seu mundinho”....
Sim, era meu!
Não dava ouvidos.
Achava uma atitude invasiva.
Não se pode atropelar um mundo de sonhos,
principalmente quando ele pertence a um outro alguém.

Hoje me dói pensar que talvez fosse melhor ter dado ouvidos...
que talvez fosse melhor ter abandonado certas verdades que construí, que acreditei,
e que tatuei.
Não sei como arrancá-las. Estão impregnadas.
É uma intersecção de carne e alma;

Abandoná-las... significa dor!

Para além da dor, a culpa.
A culpa por não ter sido diferente.

Hoje em que desloquei-me para um outro mundo.
(Não me foi dada outra opção.)
Deparo-me com pessoas e coisas totalmente alheias, totalmente estranhas.

Coisas nas quais não acredito
Atitudes a que não me permito.

Em um mundo que não é o meu,
sigo em total desconexão.

A outra parte dos sonhos, a que trouxe comigo,
Aqui... não consegue ter sentido.

Queria voltar para o meu “mundinho”.
Sentiria-me em paz, feliz.
Queria voltar lá, viver a outra parte dos sonhos,
aquela que aqui não tem sido possível,
e que eu não sei se algum dia será.

9 comentários:

Lan disse...

Acho que não devria ter lido isso... Minha angústia aumentou..
bjuuu

Lan disse...

TEMPO DE TRAVESSIA

"Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas
Que já tem a forma do nosso corpo
E esquecer os nossos caminhos que
nos levam sempre aos mesmos lugares
É o tempo da travessia
E se não ousarmos fazê-la
Teremos ficado para sempre
À margem de nós mesmos"

Fernando Pessoa

Shirley disse...

O texto postado e o de Lanuza (de Fernando Pessoa) me levaram a refletir... Ai que angústia...

Anônimo disse...

Pois, é meninas, reflitam... reflitam... E nada de angústia! A minha já é suficiente, né?

Lila Beatriz disse...

Pois, é meninas, reflitam... reflitam... E nada de angústia! A minha já é suficiente, né?

Lila Beatriz disse...

E quando se tenta a travessia e fica à deriva, o que fazer??? Não sei...

Ed Soares disse...

Olá tudo bem?

Esta é a minha primeira vez que venho aqui e de cara gostei dos teus postes. E ao que vejo é bem visitada. Fico feliz!

Estava lendo tuas linhas e pensando comigo sobre cada pétala ali jogada em forma de letras. E ao contrário dos comentários acima, não fico angustiado, antes acredito que estas mais do que no tempo de tua descoberta interior, como se num casulo estivesse para quando vir ao mundo, em sua forma total possas mostrar ao mundo que as cores brilham mais nos olhos de quem enxerga tudo com amor.

Fiquei imensamente feliz em poder visitar um espaço gostoso como este teu. Prometo vir outras vezes!

Muita paz, sempre!

Vida disse...

Amiga, as dúvidas e incertezas fazem parte de nossa jornada. Se soubéssemos exatamente o que está por vir, imagine como seria monótona a vida.

"Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir"

Luanda disse...

Ô Lila, não posso ler essas coisas agora... Preciso de algo mais up!